Mais
afinal quem eram os Moravianos? Os Moravianos foram os primeiros
Protestantes a colocarem em prática a idéia de que a evangelização dos
perdidos é dever de toda a igreja, e não somente de uma sociedade ou de
alguns indivíduos. Anteriormente, a responsabilidade pela evangelização
havia sido lançada nos degraus dos governos, através das atividades
colonizadoras deles. Os Moravianos, contudo, criam que as missões são
responsabilidade de toda a igreja local. Paul Pierson, missiólogo,
escreveu: “Os Moravianos se envolveram com o mundo de missões como uma
igreja, isto é, toda a igreja se tornou uma sociedade missionária”.
Devido ao seu profundo envolvimento, esse pequeno grupo ofereceu mais da
metade dos missionários Protestantes que deixaram a Europa em todo o
século XVIII.
Devido
os Moravianos terem sido pessoas sofredoras, podiam facilmente se
identificar com aqueles que sofriam. Eles iam àqueles que eram
rejeitados por outros. Dificilmente qualquer missionário seria mandado
para a costa leste de Honduras ou Nicarágua. Essas partes da América
Central eram inóspitas. Lá, contudo, estavam os Moravianos. Isso era
característico da vocação missionária deles; eles se dirigiam a pessoas
receptivas. Devido ao fato de os Moravianos crerem ser o Espírito Santo o
“Missionário” primário, aconselhavam seus missionários a “procurarem as
primícias. Procurarem aquelas pessoas que o Espírito Santo já havia
preparado, e trazer-lhes as boas novas”; eles colocavam o crescimento do
reino de Cristo acima de uma expansão denominacional. A obra
missionária Moraviana era regada de oração. No ano de 1727,
em Herrnhut Alemanha
, ocorreu um grande avivamento espiritual, os Moravianos começaram uma
vigília de virada de relógio, vinte e quatro horas por dia, sete dias
por semana, trezentos e sessenta e cinco dias por ano. Nesse período o
livro devocional conhecido como Lemas Diários, que ainda tem sido
publicado pela Igreja Moraviana, era o devocional mais amplamente usado
entre os cristãos europeus. O ministério Moraviano era fortemente regado
por oração.
Durante
esse período dois jovens Moravianos, de 20 anos ouviram sobre uma ilha
no Leste da Índia cujo dono era um Britânico agricultor e ateu, este
tinha tomado das florestas da África mais de 2000 pessoas e feito delas
seus escravos, essas pessoas iriam viver e morrer sem nunca ouvirem
falar de Cristo.
Esses
jovens fizeram contato com o dono da ilha e perguntaram se poderiam ir
para lá como missionários, a resposta do dono foi imediata: “Nenhum
pregador e nenhum clérigo chegaria a essa ilha para falar sobre essa
coisa sem sentido". Então eles voltaram a orar e fizeram uma nova
proposta: "E se fossemos a sua ilha como seus escravos para sempre?", o
homem disse que aceitaria, mas não pagaria nem mesmo o transporte deles.
Então os jovens usaram o valor de sua própria venda pelo custo de sua
viagem.
No
dia que estavam no porto se despedindo do grupo de oração e de suas
famílias o choro de todos era intenso, pois sabiam que nunca mais veriam
aqueles irmãos tão queridos, quando o navio tomou certa distância eles
dois se abraçaram e gritaram suas últimas palavras que foram ouvidas: "QUE O CORDEIRO QUE FOI IMOLADO RECEBA A RECOMPENSA DO SEU SOFRIMENTO".
Mas o que a história desses jovens Moravianos mostra para nós é que houve algo mais na vida deles: um profundo e intenso clamor nos seus corações por Deus, e depois, conseqüentemente, um clamor por aquilo que Deus ama: os perdidos. É o clamor, é o coração, é a paixão que faz toda a diferença, não em si o que fazemos.
Tenhamos
esse coração, precisamos ter esse coração, e verdadeiramente adorar a
Deus sem cessar. Depois disso, cheios dEle, falaremos ao mundo de quem
nós intensamente adoramos, profundamente conhecemos, acima de tudo
amamos. A grande comissão precisa ser terminada, e os céus estão
esperando para que o que aconteceu com os Moravianos seja a realidade de
toda igreja na terra que se levanta gloriosa e santificada, pronta para
a vinda do Seu Noivo.
Que o Cordeiro que foi imolado receba através da sua vida integral a recompensa pelo seu sofrimento!
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